CIDADE DOS LAGOS É DESTAQUE EM JORNAL DE SÃO PAULO

 

 

Casas, apartamentos, creches, museus, estádio de futebol, agências bancárias, shoppings e até um crematório. Se seu imaginário sobre um prédio sustentável fica apenas na ideia daqueles edifícios empresariais verdes e bem refrigerados das áreas nobres de São Paulo, está na hora de rever conceitos.
Os espaços inteligentes, com economia de água e energia elétrica, conceitos de reaproveitamento de lixo, além de preocupação com bem estar, já são aplicados em bairros inteiros no Brasil.

O GBC (Green Building Council Brasil), ONG (Organização Não-Governamental) que atua em 180 países na emissão de certificados de sustentabilidade, acompanha a instalação de seis deles no país. Além das questões sustentáveis dos edifícios que fazem parte, esses bairros precisam apresentar também integração social, com questões ligadas a saúde e comunicação. É o caso da Cidade dos Lagos, localizada em Guarapuava, no Paraná, que será o primeiro bairro a receber a certificação Leed concedida pelo GBC.

“Todo o planejamento urbano é integrado. Neste caso, um grande investidor faz o bairro com conceitos de espaços abertos de convívio público, estrutura urbana, edificações de uso misto. Nada limitado a alto padrão. Na Cidade dos Lagos, antes de começar a parte residencial, já
trouxeram universidade, hospitais, shopping. O espaço terá também unidades mais populares para unir diferentes classes sociais”, explica o CEO do GBC, Felipe Faria. O número de novos registros de certificação sustentável cresceu 28% no ano passado, mesmo em meio à pandemia. Isto depois de ser alavancado em 45% em 2019.
De acordo com o GBC, o Brasil é o quinto país em edifícios com a qualificação da ONG no mundo. São 1.597 empreendimentos em processo para ter o selo e 658 já certificados. Faria conta que o novo desafio é levar o conceito aos imóveis residenciais. “Temos fortes raízes no corporativo
de alto padrão e 2020 não foi de muitos lançamentos. Muitos desses novos projetos no ano passado já vêm do crescimento no residencial.”
Para avançar o conceito neste público, o GBC criou um novo programa chamado Life, uma certificação para interiores residenciais. Além de vantagens como redução de custos em período que o país passa por crise hídrica, com alta no preço da energia elétrica, ter um imóvel sustentável traz ganhos principalmente para o bem-estar.
A cartilha, disponibilizada gratuitamente pela ONG em seu site, traz requisitos que incluem até a instalação de fruteiras visíveis para ajudar na alimentação saudável e o uso de móveis que remetam à natureza em suas formas. Além, é claro, de ter uma construção responsável e utilizar técnicas de economia de luz e água e redução de lixo.
O risco de contaminação pela covid-19 em locais fechados é outro fator que pode impulsionar a busca por espaços com alta performance de troca de ar. “Além das eficiências, trabalhamos com melhoria no conforto térmico, luminoso, visual, olfativo, qualidade do ar. Tudo isso, comprovadamente por estudos da área médica, influencia em nos tornar mais receptíveis ou não a uma doença crônica. Isso porque passamos 90% do tempo de nossas vidas em ambientes construídos, seja casa, trabalho, escola ou locais de lazer. E a qualidade desses espaços tem impacto na nossa saúde ao longo dos anos.”

 

VANESSA
SELICANI
METRO

 

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